sexta-feira, 30 de abril de 2010

Que todos leiam esse texto!!!!

Tava lendo blogs quando me deparo com esse texto, que é a pura realidade, dos triatletas!

Terminou a prova. Você está na área de massagem ou comendo qualquer coisa que te dão para repor a energia. Repare em quantas vezes você escuta a palavra “Eu”. É normal vai...tudo bem. Quem faz triatlo pensa muito a respeito de si mesmo. É ele quem tem de acordar antes do sol nascer, ou ir trabalhar depois de pedalar até o fim do mundo. Mas será que alguns atletas que seguem sempre nesses discursos, seja antes ou depois das provas, não percebem o quão egocêntricos e refratários se tornam?
Cansei um pouco de falar de triatlo. Não por que faço isso há dez anos, mas porque muitas vezes vejo que os discursos são muito parecidos: pedalei tanto em tanto de média,corri tanto para tal ritmo nadei tal série dentro de um e tantos...Fora a galera que diz que treina mais que Alexandre Ribeiro e nunca anda perto do dito, no dia da prova.
Nada contra contar as proezas para os outros. O problema é quando o excesso de si impede o diálogo e nada está além de poucos palmos a frente do nariz. Assim sendo, conforme falava no inicio do texto, ninguém se escuta, não há diálogo e sim uma sucessiva “contação” de vantagens: o famoso “E eu”. “E eu que nadei sem roupa”, “E eu que treinei forte ontem”, “E eu que furei o pneu duas vezes”, “E eu que sou o melhor ...”. Tente se lembrar do que cada atleta lhe disse depois que terminou o ironman.
Alguns corredores de elite são o oposto deste estereótipo. Se tiver o privilégio de falar com Leandro Macedo ou com o Paulo Miashyro, perceba a humildade de quem está ou ficou no topo por tantos anos. Esses, assim como outros que não cito aqui, dificilmente usam o “Eu” e procuram sempre escutar mais do que dizer. Não que os de ego mais acentuado não sejam grandes atletas. O problema é que muitas vezes misturam aquilo que são no meio do triatlo, com o que pensam ser no dia-a-dia, deixando de dar valor a quem não corre 10km abaixo de 33min ou quem não cruza um ironman em menos de 9hrs. Como um presidente de empresa que pensa que pode mandar na família como manda em seus empregados,um triatleta de sucesso acha que todos devem ser seus fãs porque ele é o ser mais resistente do mundo.
Na Roma antiga, quando um general voltava de uma batalha vitoriosa, carregado nos ombros pelo povo, existia ao seu lado uma figura contratada pelo imperador que ia lhe soprando ao ouvido: “És humano, Tens medo, Te cagas, Vais morrer e virar pó, Sóis feio e velho...” impropérios que lembravam o vitorioso que aquela festa toda pela vitória não representa a verdade plena. A intenção era impedir que o homem pensasse ser Deus, o que no futuro lhe traria certamente problemas, como vemos hoje com antigos astros do nosso esporte.
È difícil exercitar o desapego (apego significa pegar-se ao ego) em um esporte onde somos praticamente solitários nos esforços, tanto no treino quanto na prova. Mesmo assim não deixo de achar que o excesso de confete jogado a si mesmo é cansativo e pouco produtivo, seja para o próprio atleta, ou para quem está farto de falar sem ser escutado.
Fica a lembrança aos amigos guerreiros do triatlo nacional, que nada na vida é mais importante do que ser generoso e consciente das suas limitações. Não é porque você venceu a todos ou assumiu o risco de atacar o pelotão da hora certa, que podes andar sobre as nuvens ou ser irresponsável para com o staff que não conseguiu lhe dar a água na hora certa.

Fonte:http://prettexto.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Ola Paulo, gostei deste comentario, sobre o (EU), as vezes e nessesario alguem dizer algo diferente para olhar mos para tras, continuaçao de bons treinos.
    Se um dia vier a Portugal diga qualquer coisa...
    Abraço.

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